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Mais do que um nicho de mercado, beleza limpa se destaca na indústria global

Beleza limpa, um mercado em ascensão

Se criamos o hábito de checar a qualidade da composição de alimentos industrializados, por que não faríamos o mesmo com cosméticos? A lógica que se aplica a um mercado, também impacta outros. Podemos considerar que a consciência das pessoas tem um ponto de partida, como um verdadeiro despertar, mas naturalmente se expande e alcança todas as escolhas de vida. Esse movimento está influenciando diretamente o crescimento do nicho de mercado da beleza limpa.

Como já sabemos, algumas mudanças estão chegando para ficar. Não podemos mais ignorar que muitos ingredientes utilizados pela indústria da beleza fazem mal à saúde – tanto a nossa, como a do Planeta em que vivemos. É por isso que a beleza limpa, considerada inicialmente um nicho de mercado, passou a direcionar os rumos do desenvolvimento de produtos em nível global. 

 

Beleza limpa: como um nicho de mercado se tornou um importante pilar da indústria

Conforme as pessoas se informam e avaliam cuidadosamente os produtos que usam, a beleza limpa ganha uma base firme onde se sustentar. Inicialmente um nicho de mercado formado por marcas especializadas, o segmento agora inspira as decisões de grandes players da indústria. Empresas multinacionais, com atuação reconhecida, tentam integrar a máxima de que os resultados estéticos não compensam os danos causados pelos produtos.

Assim como se percebe em outros mercados derivados da sustentabilidade, são as gerações mais novas que impulsionam o consumo de beleza limpa. As pessoas nascidas nas décadas de 1980, 1990 e 2000, que detêm alto poder e influência em decisões de compra, tomam a frente na defesa por produtos sem substâncias tóxicas.

De acordo com um levantamento realizado pelo NPD Group, 68% das pessoas entrevistadas estão procurando marcas de cuidados com a pele que utilizam ingredientes limpos. Uma pesquisa recente do Entrepreneur indica que 75% das preferências de consumo são produtos livres de sulfato e parabenos. Esse índice conta, em grande parte, com a contribuição de pessoas das gerações Y e Z, mostrando a representatividade delas no mercado. 

Não é de se surpreender que o nicho de mercado da beleza limpa tenha conquistado independência e relevância na indústria global. Segundo um artigo do Brand Essence Research, esse mercado deve chegar a valer mais de US$11 bilhões em 2027, crescendo a uma taxa média de 12,07% por ano. O segmento de skincare é o mais representativo, com uma fatia de 28,5% dos negócios no ramo.

 

Um breve panorama do Brasil

Embora já existam dados consistentes sobre a evolução da beleza limpa no mundo, ainda se sabe a dimensão exata do mercado no Brasil. Faltam informações apuradas, mas está claro que o movimento observado globalmente também se manifesta por aqui. Como referência, um estudo feito pela Nielsen apontou que os produtos naturais representavam 18,2% do faturamento do segmento de higiene e beleza em 2019. Mesmo considerando que a beleza limpa não se limita ao uso de ingredientes naturais, é possível notar uma busca por fórmulas com componentes menos agressivos. 

Quando se trata de beleza, nosso país emerge como uma grande potência. É no Brasil que está o quarto maior mercado consumidor de beleza e cuidados pessoais do mundo, segundo a Euromonitor International. Mas, com o dólar em alta e a perda no poder de compra, o que as pessoas estão buscando são produtos de beleza limpa acessíveis, abrindo espaço para a atuação de marcas nacionais que consigam atender a essa demanda. 

 

Quais são os desafios da beleza limpa?

Nem tudo são flores para os negócios que desejam apostar na beleza limpa. Mesmo com o nicho de mercado ganhando porte, há muito a ser definido no que se refere à padronização. O próprio termo beleza limpa ainda não é regulamentado, deixando com que as marcas criem os seus critérios de quando e como utilizá-lo. 

Com essa lacuna, o mercado fica vulnerável à prática de greenwashing, que acontece quando as marcas utilizam um discurso de sustentabilidade que não condiz com a realidade. As consequências desse tipo de conduta afetam o segmento inteiro, já que as pessoas ficam confusas em relação ao que é, de fato, um posicionamento autêntico e não se sentem seguras para confiar nas marcas.

Nesse cenário, uma alternativa adotada por muitas empresas é recorrer a certificações como Ecocert, IBD, Made Safe, FSC, Vegan, Not Tested on Animals, entre outras.  Para receber esses selos, as marcas precisam comprovar que seguem alguns parâmetros de produção, com base nos fatores que a certificadora avalia. A presença dos selos nos rótulos dos produtos indicam o compromisso com boas práticas na escolha de ingredientes, uso de embalagens e testagem das fórmulas.

Por falar em ingredientes, esse é outro desafio do mercado de beleza limpa. As fontes dos insumos de origem natural são limitadas, o que impacta o fornecimento e se reflete em produtos com preços elevados para o padrão de consumo brasileiro. A solução para esse dilema está na biotecnologia, que permite extrair o máximo de qualidade dos componentes em laboratório, escalar e melhorar a produção, mas sem perder de vista um aspecto fundamental: a sustentabilidade. 

Em mercados que apresentam um crescimento expressivo, as complexidades inevitavelmente aparecem. Para o futuro próximo, o segmento de beleza limpa precisa buscar meios efetivos de se organizar e, ao mesmo tempo, atender às preferências de um público ávido por novidades. A seguir, listamos algumas das tendências que devem estar no radar das marcas!

 

5 tendências para o mercado de beleza limpa

1. Produtos acessíveis

Um dos principais desafios do mercado de beleza limpa também é uma tendência de consumo. As pessoas estão dispostas a experimentar produtos que consigam entregar eficiência e segurança por um preço acessível. Pagar menos não pode mais significar perda de qualidade.

 

2. Produtos-heróis

O conceito de produtos-heróis (hero products, em inglês) faz referência a fórmulas que oferecem novas soluções para problemas de pele ou eficácia maior do que o padrão de mercado. São produtos capazes de atrair as pessoas a conhecerem uma marca.

 

3. Cannabidiol: presente e futuro do mercado

À medida que as pessoas buscam alternativas naturais para cuidar da pele e ter uma rotina de bem-estar, o cannabidiol (CBD) conquista cada vez mais adeptos. As extensas propriedades desse ingrediente o tornam uma opção atraente para as marcas, que não devem parar tão cedo de adicioná-lo às formulações.

 

4. Maquiagem que trata a pele 

Um dos grandes triunfos da beleza limpa são os produtos de maquiagem que cuidam da pele. É exatamente isso que as pessoas querem: sentir-se bonitas e saudáveis. Por essa razão estão deixando para trás a maquiagem tradicional, que prejudica o aspecto natural da pele.

 

5. Esfoliantes à base de plantas

Na indústria da beleza convencional, os esfoliantes são produzidos à base de microplásticos, agressivos com a pele e responsáveis por uma poluição irremediável. O mercado de beleza limpa pode atender a essa demanda com a utilização de ativos vegetais que promovem esfoliação de forma eficaz e muito mais benéfica. 

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