Os números assustam. Redes de farmácias abriram mais de 200 novas unidades no Espírito Santo em apenas doze meses. Virou até meme entre os internautas montagens com a seguinte frase: “Medo de ir trabalhar, e quando voltar meu prédio ter virado uma drogaria”. Até o Convento da Penha, ícone da cultura capixaba, entrou para a dança, saindo do cartão-postal e dando lugar a uma farmácia.
Brincadeiras à parte, o assunto é sério. Em 2017, 60 farmácias de menor porte foram fechadas em todo o Espírito Santo, 27 delas somente na Grande Vitória. Enquanto isso, farmácias imensas, com grande espaço de estacionamento, localizadas em terrenos supervalorizados de bairros nobres são erguidas em pouquíssimo tempo, segundo o Conselho Regional de Farmácias.
Isso é um problema e não é só por sufocar os pequenos empreendimentos, aqueles que, muitas vezes, pertencem a gerações e gerações de famílias e onde os atendentes já conhecem você pelo nome e até o nome do seu cachorro.
É um problema porque o buraco é mais embaixo. Porque esse “boom” de farmácias é um espelho da nossa geração: uma sociedade doente e que cada vez mais deixa de buscar a prevenção de doenças para remediá-las. Tem dor de cabeça? Analgésico. Deu dor no estômago? Antiácido. Está ansioso, nervoso, estressado e não dorme? Tarja preta é a solução. Remediar agora para deixar de sentir é a ordem da vez.
Você já parou para pensar que sua dor de cabeça pode ser sobre aquela noite mal dormida, de ressaca? Dormir melhor e se hidratar é o caminho mais saudável. Ah, mas um analgésico vai resolver logo! Tome remédio. E a dor de garganta? Pode ser aquele sentimento reprimido, sem pôr pra fora. Mas não quero lidar com sentimentos. Tome remédio! Dor no estômago? Pode ser aquele perdão que você não foi capaz de liberar. Mas eu não quero perdoar. Tome remédio!
Tudo isso como se seu corpo fosse um grande depósito de substâncias complexas que nem você mesmo sabe de onde vem. Não estou aqui pregando para você parar completamente de tomar remédios, mas quero mostrar que há caminhos diferentes. Há de se olhar para a causa do problema, há de se aprender a perceber o próprio corpo. Ele fala, dá sinais o tempo todo. Há de se voltar ao início. Existem plantas milagrosas. Existem terapias. Mas antes de tudo isso existe um remédio milagroso: o amor próprio!
Segundo Louise Hay, professora de metafísica e escritora sobre cura (super recomendo o livro dela “Você pode ter uma vida saudável.”), saúde é uma questão de ligação. Ligação com os nossos corpos, com a natureza e com as outras pessoas. É estabelecer um relacionamento consigo mesmo e a chave principal para isso acontecer é um segredo muito pouco conhecido: amar-se. Você verdadeiramente tem se amado? Porque sabemos que a gente só cuida daquilo que a gente ama!
A partir de agora antes de você sair por aí querendo silenciar seus sintomas e aliviar suas dores, comece pelo começo: escolha se conhecer, escolha entender de onde suas doenças surgem, escolha se cuidar mais, escolha se amar mais.
Se ainda assim você não encontrar a resposta imediatamente, tome seu remedinho. Mas sugiro que com orientação de profissionais que visem a saúde integrativa, ou seja, a integração mente, corpo e espírito. E que queiram, acima de tudo, ajudar você a sair da condição subalterna de paciente, que é aquele que sofre, que padece, para assumir a responsabilidade pela sua própria saúde.
: Cami Christofaro é criadora do Porque Eu Me Amo, programa para se reconectar com sua essência por meio de ferramentas de autoconhecimento e coaching para reprogramar hábitos que vão proporcionar uma vida com mais saúde, alegria e alta performance.