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Conheça alternativas de embalagens sustentáveis para cosméticos

Uma sacola ou caixa, depois outra caixa e, por fim, um pote ou tubo. No mínimo, essas são as embalagens utilizadas na venda de um produto cosmético. Talvez as pessoas não se atentassem muito a esse detalhe até alguns anos atrás, mas a situação agora é diferente. Entre tantos fatores que o mercado de beleza precisa considerar, as embalagens sustentáveis para cosméticos fazem parte de um tópico que ganha importância cada vez maior.

Já existem diversas alternativas às embalagens convencionais, mas todas ainda são consideradas recentes, especialmente pela perspectiva do uso industrial. Por essa razão, o mercado enfrenta desafios para viabilizar a aplicação massiva de embalagens sustentáveis para cosméticos. Algumas questões recorrentes são acesso à tecnologia de produção, custos e até mesmo preservação das composições. 

Não dá para ignorar o fato de que todo o mercado de beleza está mobilizado para encontrar meios de incorporar a sustentabilidade à cadeia produtiva. Afinal, essa demanda parte das pessoas que compram os produtos. A inovação é uma aliada nesse sentido, apoiando o desenvolvimento contínuo de novas opções de embalagens para todos os tipos de marcas e produtos.

 

Embalagens sustentáveis de cosméticos: tendências para um futuro próximo

É difícil dizer como serão as embalagens de cosméticos daqui a duas décadas – ou até menos tempo. Isso depende da velocidade do avanço tecnológico e, é claro, dos investimentos destinados para pesquisa na área. Mas há alguns movimentos predominantes que indicam em qual direção o desenvolvimento de embalagens sustentáveis para cosméticos deve seguir nos próximos anos. 

 

Embalagens “lixo zero”

A expressão “lixo zero” se tornou uma das máximas do ativismo ambiental. Quando associado a embalagens, esse termo se refere a alternativas que não geram resíduos para reciclagem ou envio a aterros sanitários. A proposta da “não embalagem”, por exemplo, aposta na compra de produtos sem qualquer tipo de invólucro. 

Outra solução “lixo zero” é o papel semente, que já está bastante disseminado para uso em tags, mas também funciona como embalagem secundária – caixas, por exemplo – ou primárias, no caso de cosméticos sólidos. No Brasil, a empresa Papel Semente produz, desde 2009, um papel artesanal e reciclado, que recebe sementes de flores, hortaliças e temperos durante a fabricação. 

Depois que cumpre a sua função como embalagem, o papel semente pode ser plantado na terra, já que se trata de um material biodegradável. Essa foi a escolha da Bhava Biocosméticos para embalar todos os produtos da linha lixo zero, composta por protetor solar, shampoo, sabonete facial, hidratante corporal, condicionador e desodorante. 

 

Embalagens 100% recicladas e recicláveis

Se a reciclagem fosse efetiva no Brasil, o problema com o impacto ambiental das embalagens seria menor. Mas a verdade é que há lacunas significativas no processo, em parte geradas pela própria fabricação das embalagens. Materiais feitos com uma mistura de diferentes tipos de plástico dificilmente são reciclados.

Um dos caminhos adotados pelo mercado para reduzir essa barreira é a utilização de embalagens produzidas com material PCR (sigla para Post-Consumer Recycled, que, em tradução livre, significa Reciclado Pós-Consumo). Além disso, essas embalagens precisam ter condições de serem enviadas novamente à reciclagem.

O Grupo Albéa, um dos maiores fornecedores de embalagens para a indústria cosmética, assumiu o compromisso de produzir apenas tubos recicláveis até 2025 e maximizar o uso de PCR, além de outras ações. Já a Wista Packaging possui uma linha de embalagens feitas com apenas uma matéria-prima, o Polietileno (PE), o que favorece a reciclagem. Em 2018, a Ecological Brands criou uma embalagem inovadora para o lançamento da marca Seed Phytonutrients. A garrafa de papel e plástico reciclados, registrada como Eco.Bottle®, é resistente à umidade e, por isso, pode ser usada para produtos cosméticos que costumam ficar no banheiro. A Paper Bottle Company segue na

mesma linha de embalagens sustentáveis e está priorizando o desenvolvimento de uma garrafa compatível com o fluxo de reciclagem de papel. 

 

Embalagens de fungos e plantas

Não são apenas as embalagens diretas que precisam de atenção, mas todos os materiais necessários para uma boa entrega dos produtos. Uma das principais preocupações das marcas, principalmente nas vendas por e-commerce, é a proteção dos itens dentro das caixas de envio. O recurso mais comum são o plástico bolha, as espumas de isopor e os extrusados de milho, mas os fungos também estão mostrando que podem ser substitutos à altura.

A Ecovative Design patenteou uma tecnologia de cultivo de micélio (raízes dos cogumelos) que, em apenas sete dias, resulta na formação de uma espuma protetora. Além de ser moldável e resistente à água e a chamas, a Mushroom® Packaging pode ser compostada com métodos caseiros. Por causa da alta versatilidade, o micélio também já está sendo explorado em outras soluções de embalagens para o mercado de beleza e até mesmo na produção de aplicadores de maquiagem. 

Dos fungos às plantas, a inovação não para. A Sulacap tem um portfólio de embalagens sustentáveis para cosméticos que podem ser usadas em produtos à base de óleo ou água e também em pós compactados de maquiagem. Com matéria-prima, no mínimo, 70% de origem vegetal, os recipientes são compatíveis com sistemas de compostagem industrial. A empresa, que tem a Chanel como um dos principais clientes, garante que as embalagens não deixam resíduos de microplásticos – uma das críticas mais frequentes aos bioplásticos.

 

Embalagens de bioplásticos

De acordo com o conceito da European Bioplastics, os bioplásticos – ou biopolímeros – são materiais feitos parcial ou totalmente de fontes renováveis de biomassa, como cana-de-açúcar, celulose ou milho. Tanto a origem do material, como o resultado da degradação, são critérios utilizados para classificação dos biopolímeros.

Um bioplástico não precisa ser biodegradável e pode levar tempo equivalente ao plástico tradicional para se decompor. Isso acontece, por exemplo, com o I’m green, plástico verde da Braskem, que se fragmenta em microplásticos por causa da estrutura química. Por esse motivo, a destinação mais adequada para o material é a reciclagem. A Braskem foi pioneira na produção de polietileno exclusivamente de fonte renovável e se tornou líder mundial em biopolímeros, impulsionando as pesquisas na área.

Dentro da categoria de bioplásticos que são de fontes renováveis e biodegradáveis, o PLA (Ácido Polilático) está mais disseminado, inclusive para uso em impressoras 3D. Mas, em geral, os biopolímeros ainda representam menos de 1% das 367 milhões de toneladas de plásticos produzidos no mundo por ano, segundo a European Bioplastics. Esse percentual tende a crescer rapidamente nos próximos anos, impulsionado pela demanda e por novos lançamentos. 

Há muitas opções de embalagens sustentáveis para cosméticos, mas não existe uma solução que funcione para todas as empresas, nem que resolva todos os problemas. É preciso buscar meios para testar e avaliar alternativas com o mínimo de risco possível. Mas qualquer ação deve surgir de uma consciência sobre a seriedade do assunto – para os negócios e para o mundo. 

 

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