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Proteção Solar : Ingredientes a fugir, evitar e usar.

Neste terceiro artigo da série sobre Proteção Solar, detalhamos as características dos principais ingredientes encontrados nos protetores solares químicos e físicos, suas características e porquê fugir, evitar ou usar! Não, não é a nossa opinião. Nos baseamos em estudos científicos, legislações, pesquisas acadêmicas, instituições não governamentais para trazer um resumo claro e prático para te auxiliar neste entendimento.

Você encontra os artigos anteriores aqui: “Proteção Solar : Saiba como escolher a ideal pra você” e “Dezembro Laranja : “Não espere até sentir na pele”.

 

[ Legislação de fotoprotetores no Brasil ]

A Anvisa passou recentemente por uma grande revisão e consolidação de normas da área de cosméticos, e as duas principais resoluções que estabelecem regras para regularização de fotoprotetores fazem parte dessa atualização. As principais resoluções vigentes para esse tema são:

RDC no 629/2022 (revoga RDC no 30/2012) que dispõe sobre protetores solares e produtos multifuncionais em cosméticos. Nela são encontradas todas as definições, os requisitos técnicos, os critérios de rotulagem e os métodos de avaliação de eficácia relacionados a protetores solares e a produtos multifuncionais (ex. maquiagem com filtro solar).

RDC no 600/2022 (revoga RDC no 47/2006) que dispõe sobre uma lista de 36 filtros ultravioletas permitidos para aplicação em fotoprotetores e determina a concentração máxima de cada uma dessas substâncias para garantir a segurança e eficácia para o ser humano.

A ciência está em constante evolução e novas descobertas são realizadas a todo instante. Por isso, além da nossa legislação, é necessário se atentar às movimentações que acontecem no mundo todo e acompanhar outras fontes importantes de informação, como entidades regulatórias e organizações não governamentais e certificadoras. Algumas delas são:

EWG – Environmental Working Group – organização não governamental americana especializada em pesquisa e advocacia nas áreas de subsídios agrícolas, produtos químicos tóxicos, poluentes da água potável e responsabilidade corporativa.

Embora a segurança dos ingredientes seja determinada pelo órgão regulatório de cada país, a EWG desenvolveu um banco de dados para classificar os ingredientes, baseado em pesquisas científicas das principais fontes do mundo, em relação à segurança da saúde humana e ao impacto ambiental. Os ingredientes são classificados em um grau de 1 a 10, de modo que, quanto menor o grau, mais seguros para a saúde e o meio ambiente.

Um ponto importante de avaliar é a classificação + disponibilidade de dados descrita logo abaixo da classificação (None, Limited, Fair, Good ou Robust). Muitas vezes o ingrediente possui uma quantidade baixa ou nenhum estudo científico e, mesmo assim, é avaliado como “1”. Isso não significa que ele foi classificado pela EWG como seguro, mas que a instituição não encontrou ou possui dados suficientes para avaliação.

European Commission (Comissão Europeia) – instituição politicamente independente que representa e defende os interesses da União Europeia. Aqui é possível encontrar legislações, descrições de testes que devem ser realizados e uma base de dados científicos consolidado – chamado Cosing, com informações sobre matérias-primas, juntamente com as opiniões que já foram publicadas sobre elas e os dossiês completos elaborados pelo SCCS – Scientific Committee on Consumer Safety (comitê científico de segurança do consumidor). Esse é o local mais seguro de informações, e aberto para consultas, que os profissionais da área de cosméticos acessam no dia a dia.

ECHA (European Chemicals Agency – Agencia Europeia de químicos) – organização da União Europeia que visa gerir os aspectos técnicos, científicos e administrativos do REACH, o sistema de registro de produtos químicos, adotado para melhorar a proteção da saúde humana e do meio ambiente. Desse programa, surgiu a CoRAP list (Community rolling action plan), uma lista que consolida todas as substâncias químicas que, em algum momento, foram questionadas em relação à segurança da saúde humana ou ambiental, com o porquê do questionamento e o status do estudo pelo comitê técnico. O fato de um ingrediente estar nessa lista, não significa que esteja proibido, mas que foi ou está sendo estudado e que pode, ou não, sofrer alguma consequência após a conclusão dos estudos.

 

[ Ingredientes usados em protetores solares ]

Os ativos principais para a proteção solar são os filtros ou absorvedores ultravioletas, que interagem com a radiação ultravioleta com o objetivo de prevenir e minimizar os danos e os efeitos da exposição a ela. Porém, diversos estudos têm revelado efeitos nocivos ao organismo e ao meio ambiente causados, principalmente, quando esses filtros são absorvidos pela pele. Como um panorama geral, os principais filtros químicos e físicos utilizados hoje são:

Octocrylene / Octocrileno – Filtro químico, absorve raios UVB. Foi incluído CoRAP list (Community Rolling Action Plan list) em 2012 devido a preocupações iniciais de ser muito bioacumulativo, tóxico, alergênico principalmente para o público infantil e com potencial para prejudicar a saúde dos corais. Estudos confirmaram toxicidade aquática crônica e aguda e o restante dos itens ainda vêm sendo avaliado. Na Europa, existe a restrição de uso para produtos em spray na concentração máxima de 0,9% e demais apresentações, permitido até 10%. No Brasil e nos EUA a máxima concentração autorizada é de até 10%, e não há restrição de uso em produtos spray. O EWG o classifica como grau 2-3, e regiões como Ilhas Virgens Americanas, República de Palau e Hawaii (a partir de janeiro de 2024) proibiram a venda e o uso de protetores solares com octocrylene na composição.

Oxybenzone / Oxibenzona – Filtro químico, derivado da Benzophenona, absorve raios UVB e UVA II. Foi incluído CoRAP list em 2014 devido a preocupações iniciais de ser bioacumulativo, potencial desregulador endócrino, alergênico principalmente para população de peles sensíveis. Estudos confirmaram toxicidade aquática crônica e aguda, e o restante ainda está em avaliação. Recentemente, a Comissão Europeia restringiu a concentração de uso máximo a 2,2%. No Brasil, a restrição de uso é de até 10% e nos EUA, até 6%. O EWG o classifica como grau 8 e recomenda fortemente aos consumidores evitarem produtos com o uso desse ingrediente. Regiões como Hawaii, Ilhas Virgens Americanas, Aruba, Key West, e República de Palau proibiram a venda e o uso de protetores solares com oxybenzone na composição.

Homosalate / Homosalato – Filtro químico, absorve raios UVB. Não está citado na CoRAP list até então, porém, já se levanta a suspeita de potencial desregulador endócrino. Com isso, em dezembro de 2021, o SCCS (comitê científico de segurança do consumidor) reduziu de 10% para 7,34% a concentração máxima permitida de uso. No Brasil e EUA a permissão é de até 15%. O grau de classificação do EWG é de 2-4, dependendo da concentração de uso.

Avobenzone / Avobenzona – Filtro químico, muito utilizado por ser de amplo espectro, absorve raios UVA I, UVA II e UVB. Foi incluído CoRAP list em 2015 devido a preocupações iniciais de ser muito bioacumulativo e tóxico, porém, ainda não foi emitido nenhuma conclusão pelo SCCS. Atualmente, na Europa, a máxima concentração de uso permitida é de 5%, assim como no Brasil. Já nos EUA a concentração máxima é de 3%. O EWG o classifica como grau 1-2, porém, com base de dados científicos limitada/insuficiente. Apesar das poucas informações, a partir de janeiro de 2024, a avobenzone entra também para a lista de filtros proibidos no Hawaii.

Ethylhexyl Salicylate (octisalate) / Octissalato– Filtro químico, absorve raios UVB, porém com baixa eficiência. O uso maior dele é como um booster para aumentar a proteção UVB de algum outro filtro. Foi incluído na CoRAP list em 2020 devido a preocupações iniciais de potencial desregulador endócrino, mas ainda sem conclusão emitida pelo SCCS (apesar de já ter emitido um relatório em 1998 declarando como não tóxico, não irritante e de baixa absorção). Atualmente, na Europa, Brasil e nos EUA, a máxima concentração de uso permitida é de 5%. O EWG o classifica como grau 1-3, dependendo da concentração de uso.

Ethylhexyl Methoxycinnamate / Octinoxate – Filtro químico, absorve raios UVB. Foi incluído CoRAP list em 2016 devido a preocupações iniciais de ser muito bioacumulativo, tóxico, potencial desregulador endócrino. Estudos estão em andamento e não foi publicada nenhuma conclusão pela SCCS até o momento. Atualmente, na Europa, a máxima concentração de uso permitida é de 10%, assim como no Brasil. Já nos EUA, a concentração máxima é de 7,5%. O EWG o classifica como grau 5, e regiões como Hawaii, Ilhas Virgens Americanas, Key West e República de Palau proibiram a venda e o uso de protetores solares com octinoxate na composição.

Bis-ethylhexyloxyphenol methoxyphenyl triazine – Filtro químico, de amplo espectro, absorve raios UVA e UVB. Não está citado na CoRAP list até então, e nenhum perigo foi classificado. É considerado um filtro de nova geração e, por isso, existem poucos estudos toxicológicos e evidências ainda documentadas. Na Europa e no Brasil, a máxima concentração de uso permitida é de 10% e, nos EUA, ainda é pendente pelo FDA a aprovação de uso dessa substância.

Methylene bis-benzotriazolyl tetramethylbutylphenol – Filtro químico, de amplo espectro, absorve raios UVA e UVB. Não está citado na CoRAP list até então, e nenhum perigo foi classificado. É considerado um filtro de nova geração e, por isso, existem poucos estudos toxicológicos e evidências ainda documentadas. Na Europa e no Brasil, a concentração máxima de uso permitida é de 10% e, nos EUA, ainda é pendente pelo FDA a aprovação de uso dessa substância.

Titanium Dioxide / Dióxido de Titânio – Filtro físico, absorve parcialmente e reflete raios UVB. Foi incluído na CoRAP list em 2018 devido a preocupações iniciais de ser carcinogênico, mutagênico e reprotóxico. O SCCS confirmou o potencial carcinogênico única e exclusivamente via inalação, na forma nanoparticulada. Outros estudos estão em andamento, mas os relatórios apresentados sobre o dióxido de titânio não nanoparticulado não apresentaram permeação cutânea. Atualmente, na Europa, Brasil e nos EUA, a máxima concentração de uso permitida é de 25%. O EWG o classifica como grau 2-6, sendo o grau maior quando usado em produtos em pó ou spray, devido ao potencial carcinogênico por inalação.

Zinc Oxide / Óxido de Zinco – Filtro físico, absorve parcialmente e reflete os raios UVA I e UVA II. É um filtro muito presente em conjunto com o dióxido de titânio devido à ação complementar de proteção. Foi incluído CoRAP list em 2017 devido a preocupações iniciais de toxicidade aquática. O SCCS confirmou a toxicidade aquática aguda do óxido de zinco nanoparticulado. Outros estudos estão em andamento, mas os relatórios apresentados sobre o óxido de zinco não nanoparticulado não apresentaram permeação cutânea. Atualmente, na Europa, Brasil e EUA, a máxima concentração de uso permitida é de 25%. O EWG o classifica como grau 2-4, sendo que o grau maior quando usado em produtos em pó ou spray, devido ao potencial irritante respiratório por inalação.

 

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